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arte, Baden-Powell, Educação, Educação para a vida, escoteiros genéricos, grafite, OMME, Piratas escoteiros, pixação, Scouts de France, Scouts de Uruguay, WOSM
Pixação não é grafite. Um é arte, o outro depredação.
Mas por que, num blog escoteiro, faríamos esta distinção? Porque existem os Escoteiros e existem entidades que se dizem escoteiras.
Mundo afora, existem muitos movimentos juvenis de sucesso. Muitos deles não são Escoteiros. Entretanto, alguns decidiram que seria mais fácil usar uma bandeira forte ou um nome de peso para (tentar) legitimar “sua causa”. Apropriar-se do termo escoteiro é uma prática que se tornou comum e, aos desavisados, passa desapercebido.
Isto, pois, utilizam-se do Método criado, testado e difundido por Baden-Powell. Adotam uniformes, distintivos e técnicas semelhantes aos do Movimento Escoteiro. E, se perguntados sobre quem são, não hesitam em dizer: Somos Escoteiros.
Em alguns países a pluralidade de associações escoteiras é permitida, sendo pioneira nisso a França, com suas 9 grandes associações, organizadas segundo uma lógica religiosa.
Nosso vizinho, Uruguai, também tem uma experiência semelhante.
A Organização Mundial do Movimento Escoteiro, entretanto, reconhece apenas uma associação oficial por país, há várias décadas.
A solução encontrada por estes “genéricos” não foi o diálogo. Ao contrário, criaram outra organização mundial para dar aparência de legitimidade ou, pior, para dar cara de Movimento Escoteiro.
Podem usar algumas nomenclaturas semelhantes, podem ter os mesmos valores morais, podem utilizar-se da estrutura de Patrulhas para que o jovem aprenda fazendo, podem usar fotos ou o nome de B-P.
Não tenho nada contra, mas, sejamos claros: não é Escotismo que eles praticam. E esta informação deve chegar aos pais ou responsáveis, pois eles é que decidirão sobre a educação para a vida que darão aos seus filhos ou outra coisa qualquer.
Escoteiro é Escoteiro. E pixação não é grafite!
Sabe chefinho, eu diria que não apenas considerando essas questões mais burocráticas, como associações independentes, mas o escotismo é “pixado” cada vez que os grupos se segregam devido a picuinhas ou bobagens. As vezes, quando um quer mandar mais que o outro, grupos se separam ou deixar de ser amigos, quando deveríamos ser irmãos. O G.E. pode até ser registrado certinho na associação escoteira oficial reconhecida, mas, ao invés de viver e ensinar a fraternidade, incita a rivalidade. É triste, mas é fato.
Uma das coisas mais importantes que aprendemos como escoteiros é RESPEITO. Respeito pelo outro, como ele é, e respeito por suas decisões. No meu grupo de “nascimento”, pelo menos, sempre tivemos um espírito de Tropa muito grande, mesmo em atividades competitivas entre as patrulhas. Essa fraternidade PRÁTICA maior é mais importante. Cada um que lutar para praticar isso, está grafitando uma linda flor de lis em seus corações. 😉
SAPS
Parabéns pelas palavras, Isadora Tonet.
Isadora,
Tu tocaste num ponto que é muito importante: algumas pessoas fazem o papel de “pixadores” em um ou vários Grupos Escoteiros.
Deveríamos estar mais atentos, institucionalmente, a estes casos, especialmente quando o Grupo Escoteiro do qual a pessoa participava não serve mais (a quais propósitos?) e ela sai para abrir outro (e as vezes outro e depois outro).
“Ficha limpa” deveria ser o primeiro requisito para quem ingressa num Grupo Escoteiro.
Entretanto, em razão da necessidade premente de adultos, acabamos sendo permissivos demais. E olha que temos um dos maiores coeficentes de adulto vs jovem do Movimento Escoteiro.
Muito obrigado pelo comentário. Tenho certeza de que ele será importante para muita gente.
Forte aperto de mão esquerda!
Belo Grafite! Vejo que a maioria dos pais não tem conhecimento dos Grupos que utilizam o escotismo para terem nome. Não podemos esquecer que há pessoas realmente dedicadas em fazer o melhor possível em um trabalho voluntário. Pessoas que realmente fazem por amor, sem esperar nada em troca. A UEB já deveria ter tomado uma posição legal sobre o caso em questão, vejo que demorou demais. Como quis expressar, há escotistas e Escotistas. Parabéns para aqueles Chefes que não deixaram quieto. Um forte aperto de canhota, Chefe Fernando do GE 04/MG.
Pois é meu Irmão de Ideal. E os “criadores” ou “organizadores” destes movimentos “genéricos” são oriundos do próprio Movimento Escoteiro.
As causas são as mais variadas: “A UEB aboliu as jarreteiras”; “A UEB não aplica os 9 (ou 12) artigos originais da Lei Escoteira”; “A UEB mudou o uniforme”; “A UEB mudou a tradicional marca”; “A UEB lançou um Programa de Jovens que abandonou a técnica tradicional”; e aí segue o rosário de choramingos.
Estudando bem no fundo, vemos que os reais motivos são outros, que vão desde a derrota em alguma Assembleia até chegar a interesses pessoais, e em nenhuma parte deste “leque” o objetivo único do Movimento Escoteiro (o jovem) aparece.
O Fundador já dizia que “Na dúvida, pergunte ao jovem”, mas não é assim que a banda toca.
Concluo meu pensamento com outro pensamento de B-P: “O Movimento Escoteiro estanque ao desenvolvimento corre o risco de deixar de ser Movimento para transformar-se em Instituição”.
Sempre Alerta para Servir o Melhor Possível
Ok. Vamos por partes.
Comecemos com o exemplo do Uruguai, citado no texto do Sequeira. O Uruguai possui 7 associações escoteiras. Com o motivo da comemoração do centenário do escotismo, todas elas (incluindo a representante da WOSM) assinaram um acordo mútuo de reconhecimento, evitando que dinheiro dos associados seja gasto em ações inócuas, como está sendo o caso do Brasil, e evitando um desgaste institucional maior.
Tal acordo é chamado de “Declaración de Fraternidad Scout”, que pode ser visto no próprio site da associação representante da WOSM no país.
Além disso, esse reconhecimento mútuo praticado pelas associações uruguaias foi noticiado pela própria WOSM em sua revista “Mundus Novus”, nr. 18 (http://www.scout.org/es/content/download/28461/267620/file/MundusNovus_18_es.pdf).
Mesmo que a WOSM só reconheça uma associação por país (o que é uma meia-verdade, já que ao menos reconhece uma confessional e outra ecumênica), a organização mundial admite reconhecer a fraternidade entre elas (o que o Brasil, por exemplo, não faz) Aqui, abrindo um parêntese, recorro ao que disse Bueno sobre interesses pessoais ao se manter essa cizânia, que pesa no bolso dos associados, solta no ar.
Sobre o método escoteiro há uma ressalva. Segundo o INPI, métodos educativos, manuais técnicos, filosofias e estilos de vida não são registráveis. Portanto, por mais que nos doa, seu uso não é privilégio dessa ou daquela associação. Da mesma forma, o livro “Escotismo para Rapazes” entrou para domínio público em 2011, corridos os 70 anos da morte do autor.
O vocábulo “escoteiro”, diferentemente do que se prega, não foi inventado pelas associações escoteiras. As primeiras aparições do termo “escoteiro” datam antes mesmo de Baden-Powell ou, no caso do Brasil, antes de Sergio Cardim (que, como todos sabemos, escolheu essa palavra, entre outras, para definir os praticantes do escotismo). Em 1879, por exemplo, a palavra “escoteiro” apareceu na obra “Cancioneiro Alegre”, de Camilo Castelo Branco. Um exemplar escaneado pode ser lido nesse link (pág. 65) http://pt.scribd.com/doc/61721309/Camilo-Castelo-Branco-Cancioneiro-alegre-1879-Portugal
Pode ser visto, também, em “Lendas Indígenas”, de Gaspar Duarte, em 1858: http://purl.pt/12121/3/var-2329/var-2329_item1/index.html
Sabendo disso, na melhor das hipóteses, o vocábulo “escoteiro”, que até então era de uso comum, foi tomado de posse pelas associações escoteiras, todas elas. Até por uma questão de curiosidade, o termo só foi dicionarizado em 1780, e a inclusão do sinônimo “integrantes de um corpo ou unidade escoteira (sem fazer referência a uma associação) décadas mais tarde.
Chegada a essa altura, por óbvio que uma ação para reunir as associações existentes no país seria um esforço positivo. Evocar exclusividade sobre uma palavra de uso comum ou decretos que foram revogados com o disposto no CC de 2001 e CF de 88 não é o caminho e, na verdade, não contribuiu para a unificação sob uma só bandeira. O que a UEB tem feito, na verdade, é registrar a palavra “escoteiro” para certos produtos (canivetes, ferramentas), o que oferece somente certa proteção mercantil, mas não garante nem a exclusividade da prática do método escoteiro.. No máximo, poderia tentar o registro do vocábulo como “Marca de Alto Renome” junto ao INPI – um processo lento e custoso que, no caso de uma palavra de uso comum, possui poucas garantias de sucesso.
Entendo que, longe de gastar boa parte da receita associativa nesse sentido, há a necessidade de uma mesa de debates, de um diálogo. Alinho-me ao Bueno no que se refere à cor de roupa. Não há necessidade de “chororó” quando a associação é transparente, sem veicular informações distorcidas para manter aquelas mentes ociosas com a impressão de que há um órgão regulador de uma prática de atividade ao ar livre ou de formar bons cidadãos. Tal esforço deveria ser direcionado às Unidades Locais, que são as que carregam o nome da associação ao ombro e publicitam seu nome à comunidade.
O que sim deveria ser feito é revitalizar a imagem da associação junto à sociedade. Depois de 100 anos de história no país, não é normal que uma associação com essa tradição secular ainda passe desapercebida pelo público.
No ínterim, apreciaria ver a prova do imperativo “A solução encontrada por estes genéricos não foi o diálogo” e “não é escotismo o que eles praticam”.
Um abraço.
Fernando,
Acho que teu comentário foi muito melhor do que o post!
Eu trouxe os exemplos de França e Uruguai, mas temos muitos outros, que podem ser citados em razão de uma coexistência pacífica e grande troca de experiências entre as várias associações (todas consideradas escoteiras).
Entretanto, na maioria dos casos, esta coexistência vem de muito tempo e não tem como base a divergência.
Os casos que estamos presenciando, no Brasil e em parte da América do Sul, é a colisão de lideranças, a divergência quanto a aplicação do método ou, como disse o Alexandre Bueno no outro comentário, a derrota em uma Assembleia.
No meu entender, estes não são (e nunca serão) argumentos válidos para a cisão ou para formação de organização similar. Novamente, casos como o Uruguai, França, Bélgica (5 associações), Dinamarca (10 associações), a origem é outra e plenamente justificáveis.
Quando falo que estas outras associações “genéricas” não praticam o Escotismo, tomo por base o reconhecimento que UEB tem da OMME, como única associação escoteira brasileira, sem pragmatismos.
Em tom de tragicomédia, considerando o percentual de penetração do Movimento Escoteiro e destes outros na sociedade brasileira, haveria espaço para umas 15 associações mais. Sem colisão e sem constrangimento.
Claro que, respeitado o reconhecimento (único) da UEB para prática do Escotismo no Brasil.
A discussão é proveitosa!
Sim. Pode-se admitir, até porque se vê claramente, que há uma ala de outras associações que prefere o embate à prática do escotismo. Pode-se admitir que estes, como você e o Bueno alegam, tenham se desligado da UEB por não terem sido levados em conta. Porém, não há como generalizar. Há pais de família, trabalhadores, homens e mulheres de índole inquestionável que optaram por andar por uma trilha diferente no que se refere a movimento escoteiro, mas mantendo a causa escoteira (essa que todos dedicamos esforços) intacta. A UEB, nesse caso, deve dedicar trabalho para oferecer o melhor escotismo, a melhor aplicação do método, a melhor formação de voluntários, o melhor exemplo de transparência para cooptar essas pessoas que não fazem parte da associação. Chamá-las de “piratas” ou “clandestinas” acaba por jogar por terra uma possível volta para a UEB.
Para que veja como há um hiato nessa questão, Sequeira, a cisão entre grupos escoteiros da UEB ocorre baixo uma permissividade velada da associação, DESDE que não criem outras organizações e se mantenham fiéis associativamente. Como citou a Isadora Tonet, há casos onde existem quatro ou cinco grupo em uma mesma quadra, resultado de picuinhas internas. A associação parece lavar suas mãos quanto ao fato.
Veja também que o surgimento dessas associações ocorreu por um confronto pessoal entre dirigentes de uma mesma região. Os que fundaram outras associações são postos à cruz, os que permanecem na UEB são colocados nos altares; quando na verdade, tanto um como outro possuem seu “dedo de culpa” e deveriam prestar contas aos associados e não envolvê-los em suas vaidades.
Um abraço.
Caramba, concordando ou discordando, valeu a aula (e acredito que até pequena)sobre aspectos de nossa organização que desconhecia Fernando Robleño.
Mesmos “nós” nos considerando verdadeiros escoteiros e pregando a unidade/fraternidade, como seres humanos (e escoteiros também!), temos a terrível dificuldade de levar à fatos o que desejamos. Mas como verdadeiros escoeiros que desejamos ser, devemos isso também buscar…
Belo post Marcio, reflete bem o que tem acontecido. É louvável que existam cada vez mais movimentos de jovens, entretanto não é correto (aliás é ilegal) que utilizem marcas registradas e de propriedade dos Escoteiros do Brasil. Bem como você disse, o fundamental é que os pais e jovens que encontram as referidas associações tenham acesso à informação correta, qual seja a de que não estão ingressando em uma organizaçào escoteira, por mais que partilhem de valores semelhantes. A Escoteiros do Brasil é uma entidade em franco crescimento, que por sua história, estrutura, valores e seriedade conquistou o reconhecimento e respeito da sociedade e não é justo (nem legal) que outras organizações que se auto-proclamam escoteiras coloquem em risco toda essa credibilidade. Digo credibilidade porque quase sempre que acontecem acidentes, desvios de conduta e ilegalidades perpetrados por integrantes dessas entidades contra a sociedade, a UEB é procurada para prestar algum tipo de esclarecimento. Sabe-se lá o que é ensinado aos jovens dessas entidades, muitas vezes induzidos ao erro pela falsa informacão de que praticam escotismo. Sabe-se lá que tipo de treinamento os adultos recebem (se e que recebem) se trabalham com regras rígidas de segurança e proteção infantil ou o que fazem com o dinheiro dos associados. O que sabemos é que quando ocorre alguma coisa errada, a UEB é procurada pela sociedade para esclarecer excessos ou irregularidades que por vezes são cometidas e isso macula o bom nome conquistado durante mais de cem anos de bons serviços prestados. Interessante como grupos inteiros outrora vinculados a essas associações têm migrado para a UEB ao descobrirem tardiamente que estavam cometendo irregularidades e colocando seus integrantes em risco. É por isso que a defesa séria e responsável das marcas pertencentes aos Escoteiros do Brasil é importante e fundamental.
Macedo. Se congratularia comigo se fizéssemos um elenco de “acidentes ao ar livre” ocorridos baixo a bandeira da “Escoteiros do Brasil” e o comparássemos com os da ditas associações paralelas? Poderia o colega apontar onde juridicamente há uma ilegalidade na prática de escotismo? Os cinco anos de ações judiciais, pagos com o dinheiro associativo diga-se, têm nos mostrado justamente o contrário.
O que, sim, podemos concordar é que a “Escoteiros do Brasil” deve fazer valer os contados registros que possui para determinados produtos; o que, na verdade, oferece apenas uma certa proteção mercantil, mas não dá aval à uma suposta exclusividade junto ao “mercado”.
Prezado Fernando, muito embora os índices de sinistralidade dos Escoteiros do Brasil sejam incrivelmente baixos para uma associação de quase 80 mil associados, a questão não se restringe à mera compararação. Quando ocorrem acidentes, ou irregularidades na gestão de recursos próprios ou alheios, a sociedade vai cobrar da Associação que é escoteira ( no caso, a UEB), e não da associação que diz que é (cuja sede e o patrimônio geralmente são desconhecidos). Quando isso acontece, o prejuízo à imagem dos Escoteiros do Brasil é inevitável e por isso deve ser minimizado. Bom, se nós dois (e os órgãos publicos competentes) concordamos que os Escoteiros do Brasil devem fazer valer o direito sobre suas marcas, a questão pode ficar restrita à propriedade intelectual. A Lei da propriedade industrial em seus artigos 189 e seguintes, define como crime a utilização da propriedade intelectual alheia. Não preciso dizer aqui que cometer crimes é proibido. Além do mais, induzir outrem a erro, para finalidades econômicas, traduzindo: cobrar valores, e dizer a jovens que estão se filiando em associações escoteiras, sem que isso seja verdade, é crime de estelionato, Código Penal, art. 171. Bom, fico por aqui. Forte abraço.
Bem. Temos um denominador comum, então. A UEB, como o departamento de comunicação e seu encarregado de “marcas e patentes” (?), deve saber que a associação possui o registro de propriedade para um restrito grupo de produtos com o signo “escoteiro”. Entre eles, por citar um exemplo, está uma “faca”. Isso significa que o signo é defensável se uma empresa produz uma faca com a estampa nominativa “escoteiro”. Ainda assim, não seria o caso de um cantil, ou uma barraca, uma joia etc.
Cabe lembrar, e isso é importante, que o Instituto Nacional de Propriedade Industrial só garante direito MERCANTIL para um tipo de produto específico, mas não tem o poder de dar permissão ou proibir uma prática de uma atividade, como é o caso do escotismo.
O que vemos no site da UEB no link “nota sobre processos judiciais” é um “dar a entender” que a palavra escoteiro estaria protegida sob qualquer circunstância ou uso, o que é uma meia-verdade. Como o colega bem disse, induzir outrem ao erro por motivos econômicos, por uma reserva de mercado, é passível de punição.
Há uma única maneira de “blindar” o uso desse vocábulo, que seria a concessão de “Marca de Alto Renome” (Bic, Coca-Cola, Pirelli, McDonalds) – um processo lento, custoso que, como foi dito, tem poucas garantias de sucesso. Um abraço!
Na verdade o texto é oportunista. Como todo bom político falou-se sobre aquilo que a maioria do eleitorado da UEB quer ler. Esta disputa estúpida sobre quem é ou não Escoteiro, longe de defesa de Ideal Escoteiro resume-se a defesa de mercado, de interesses financeiros e políticos. Oxalá sejam eleitos para o CAN pessoas com a mente aberta, que acreditam na universalidade do método e queiram defender, realmente, a Causa e não propaganda política do Salamuni no site institucional ou ser da tropa de choque que perpetua no poder as mesmas pessoas há mais de 20 anos.
Ricardo (acho que é esse seu nome?)
Gostaria que você explicasse mais a razão pela qual o texto seria oportunista?
Outra questão importante é que Educação para a vida. hoje é a Causa do Movimento Escoteiro, mas, foi a educação que aqueles que foram meus Escotistas, quando ainda era jovem, ensinaram-me. Com seus defeitos, com suas imperfeições (assim como as minhas), mas acreditando num futuro melhor e que este futuro passaria, também, pela mãos dos Escoteiros.
A propósito, o blog expressa minha opinião. Não falo em nome ou por orientação, de forma alguma, do Paulo Salamuni.
Sempre Alerta para Servir!
Márcio, em momento algum disse que vc fala em nome ou orientação do Salamuni. Não sei de onde tirou isto ou conseguiu deduzir. Citei o caso sobre a proprganada política explícita a favor dele no site da UEB/PR e o CAN, assim como a DN ou a DR, quedaram-se estáticos.
Quanto o oportunismo do seu texto, explica-se, pelo menos na minha visão, pela proximidade das eleições para o CAN, engrossando todo este “vento” institucionalista que temos presenciado por ai. E caso seja candidato, explica-se mais ainda.
O Escotismo é um legado para a Humanidade e não deve ser restrito a quem se considera mais escoteiro que o outro. É o que acontece na UEB que, na contra mão de muitos países, insiste em gastar milhares de reais de seus associados para a defesa do seu mercado.
Os homens e mulheres que fundaram as associações escoteiras independentes são tão (ou mais) Escoteiros que muita gente que conheço na UEB, mesmo pq, oriundos da mesma, sabem tudo o que sabemos. Dizer que para ser escoteiro deve-se ser vassalo da UEB, é o mesmo que afirmar que um exímio nadador não pode pular na piscina pq não está registrado na confederação afim.
Esta luta idiota pela legitimidade da prática do Escotismo no Brasil longe de defender o Ideal, passa somente, e tão somente, por interesses pessoais, políticos e econômicos. O seu texto mesmo mostra isto:
“Podem usar algumas nomenclaturas semelhantes, podem ter os mesmos valores morais, podem utilizar-se da estrutura de Patrulhas para que o jovem aprenda fazendo, podem usar fotos ou o nome de B-P.
Não tenho nada contra, mas, sejamos claros: não é Escotismo que eles praticam. E esta informação deve chegar aos pais ou responsáveis, pois. eles é que decidirão sobre a educação para a vida que darão aos seus filhos ou outra coisa qualquer.”
Então, eles seguem todos os princípios de B.P, aplicam o método, foram, em sua maioria, formados dentro da UEB, mas não praticam escotismo pq não são a ela filiados?
Quanto a tal “Educação para a Vida”, o que tenho visto dentro da UEB é o exemplo de sermos intolerantes com quem pensam diferente de nós, da segregação, do conchavo, das trocas de favores, da falta de aplicação de nossos Estatutos (vide, de novo, a propaganda política a favor do Salamuni no site da UEB/PR, o que deveria ter sido alvo de Conselho de Ètica e nada foi feito), as indicações para cargos baseados não na capacidade técnica, mas nas amizades, a distribuição de medalhas e honrarias apenas pq fulano ou belatrna fazem parte da “base”. Aliás, a DN tem feito coisas muito semelhantes ao que vemos ser feito na política nacional.
Sinceramente, caro Márcio, não é esta “educação” que quero para meus filhos.
Ricardo,
Não sou candidato ao CAN. E não estou fazendo sequer uma “brisa” institucionalista. O texto expressa o que penso e, com todos os comentários que seguiram, está atingindo o objetivo proposto pelo blog: fomentar a discussão.
Acho sim, como disse ao Fernando, que poderemos, um dia, evoluir para o diálogo entre as associações e, quem sabe daqui a muitos anos, criarmos uma Federação. Mas, para isso, os egos devem ceder espaço para a razão. E acho que neste ponto ambos concordaremos com o que comentou a Isadora: não há diferença entre cisão de Grupo Escoteiro ou cisão de Associação. Todos perdem!
Mas, não deixo de afirmar que a prática do Escotismo é assegurada exclusivamente (com seus prós e contras) à União dos Escoteiros do Brasil. Mesmo que usem nomenclaturas semelhantes, utilizem literatura escrita por B-P e tenham os mesmos valores morais.
E quanto a Educação para a vida como causa do Movimento Escoteiro, eu diria que deves prestar mais atenção no cotidiano de uma Alcateia ou de uma Tropa, no dia-a-dia de um Grupo Escoteiro. É ali que o Escotismo nasce, cresce e desenvolve-se. É ali que podemos fazer a diferença. É nisto que, sinceramente acredito, e por isso que sigo trabalhando em prol do Movimento Escoteiro.
Ainda acredito que a educação pelo Escotismo é o que quero para meus filhos.
Se algum dia deixar de pensar assim, o caminho natural será afastar-me, levando na memória (mesmo que por saudosismo) as coisas boas que aprendi.
Sempre Alerta para Servir!
Saudações Fernando Robleño
Quero parabeniza-lo pela demonstração de compreensão do que significa verdadeiramente Escotismo e por ter uma postura clara e firme frente aos que, equivocadamente, acham que o Escotismo é propriedade exclusiva da OMME no mundo ou da UEB no Brasil.
Nada mais descabido do que afirmarem que quem não esta subordinado à UEB não pratica Escotismo. E como se todos os grupos vinculados à UEB e seus dirigentes praticassem escotismo por estarem registrados na UEB.
Nada mais equivocado que achar que um uniforme forma um homem (escoteiro).
Tuas afirmações são totalmente procedentes, enquanto que alguns que acham que por uma associação estar filiada à OMME os transforma em praticantes de Escotismo. Onde é que esta escrito que a própria OMME representa o Escotismo no mundo ? A OMME é uma entidade privada que se dedica a fomentar e implementar o Escotismo, entretanto, não possui exclusividade para tanto.
Para fins de curiosidade, por ocasião do Jamboree Mundial da Inglaterra, no stand do Brasil, estava exposta cópia do certificado de reconhecimento da UEB . Curioso porque o certificado, de 1957, afirmava que a UEB era reconhecida desde 1922, quando a UEB sequer existia, eis que fundada em 1924. Quer dizer, quem foi originalmente reconhecido pela OMME (que tinha outro nome na época) não foi a UEB, mas uma das outras associações escoteiras que funcionavam no Brasil.
Em 1924, os dirigentes de então tiveram a consciência de que deveriam deixar de lado suas particularidades e unificaram as associações.
A lição não foi aprendida. No presente e passado próximo dirigentes que não tiveram competência para mante-la unida, estão fragmentando a UEB para preservar seus interesses pessoais.
Se a UEB tivesse dirigentes competentes, não haveriam dissidências.
A permissividade e o lavar as mãos que você menciona é fato.
Achar que 80.000 membros representa uma “boa” entidade é outro equívoco. A mais de 50 anos, quando nossa população era metade, a UEB tinha mais escoteiros homens que hoje. Portanto, estes 80.000 é sinal de fracasso e não de uma entidade em crescimento.
O fato da UEB ser, se não a que mais tem, mas uma das que mais tem adulto confirma que deixou de ser um movimento de jovens (como prioridade) para se tornar uma entidade para adultos usarem o escotismo para fazerem o que não conseguiram fazer na comunidade. Por isso “nos faltam adultos”, porque a maioria dos atuais sequer deveriam estar no meio escoteiro.
Enquanto não houver a humildade de reconhecerem que o Escotismo no Brasil não vai bem, ou seja, que o que esta sendo feito por qualquer das associações existentes não esta certo, nós e os demais países latinos em idênticas situações continuaremos empacados, definhando e acelerando o processo de descrédito do Escotismo,
A coletividade nem sabe o que é UEB, Eles se referem a Escoteiros. Portanto, quando algo da errado, quem perde é o Escotismo.
Se a reunificação se tornar impossível, o que não acredito que seja o caso, a figura da Federação deve ser pensada com urgência. Já existem precedentes de federações reconhecidas pela OMME.
Um dos grandes problemas crônicos da UEB é ela não assumir que já seja uma federação. A UEB, de fato, é uma federação porque, na prática, cada região faz o que bem entende e o faz porque a direção nacional é fraca.
O acomodamento que reina é a direção nacional achar e fingir que coordena o Escotismo da UEB no Brasil, e as Regiões fingirem que se submetem à UEB para serem deixadas em paz e seguirem fazendo o que bem entendem.
Encerro afirmando que a UEB precisa de comando, seja como união ou federação, precisa acabar com esta falsa ideia de que detém exclusividade para a prática do escotismo no Brasil, deve se tornar competente, pois só a competência e a observância dos princípios e fundamentos do escotismo, sem pessoalidades, reunificará o Escotismo no Brasil. Com a competência a reunificação será mera consequência.
Lembre a lei da oferta e da procura. Se o escotismo da UEB for o melhor e mais oficiente, a procura será dirigida a ela. Caso contrário, a dispersão continuará.
Boa noite.
Mário,
A partir da 1ª Conferência Mundial, realizada em 1922, é que foram lançadas as bases de uma organização do Movimento Escoteiro em nível mundial, culminando com a criação da Organização Mundial do Movimento Escoteiro.
Se a OMME foi fundada pelos primeiros países que criaram o Escotismo, se ela foi a primeira organização em nível mundial, até prova em contrário, parece-me que ela representa o Escotismo no mundo.
Isto não impede (e não impediu) a criação de outras, tal como a Federação Mundial dos Escoteiros Independentes.
A diferença, no meu entender, e tenho muito menos experiência e vivência escoteira do que tu tens, é que, como estas associações foram criadas muitos anos depois (por exemplo a World Federation of Independent Scouts – WFIS foi criada em 1996) eles não podem dizer-se os únicos representantes do Movimento Escoteiro, sob pena de decretar que o Escotismo não existiam até 1996 (neste caso).
Logo, há interesse direto (e justificável) para que eles denominem-se como outra associação/organização escoteira, sendo forçados a admitir a pluralidade. A passo que a OMME (e no caso do Brasil a UEB) recusa-se a admitir a existência de outros movimentos ditos escoteiros. Não vamos entrar na acepção do termo “Escoteiro”, como fez o Fernando.
O que me preocupa (desde que tive um entendimento de adulto, no Escotismo) é melhorar a qualidade das atividades aos jovens, proporcionar que eles tenham uma boa formação, o mais ética e responsável possível. Digo isso, pois, em razão da nossa condição humana, somos falíveis, e o que posso entender como o mais correto, algumas vezes pode não ser. Por isso, o comentário da Isadora pareceu-me muito importante, quando nos traz a reflexão a necessidade de atentarmos para a cisões (de Grupos ou de Associações), sendo este o verdadeiro problema. Já aconteceu contigo, já aconteceu comigo e é faz parte da história de muitos e muitos Escotistas e Dirigintes: se não concordo com o que estás fazendo ou se não tenho espaço para o que estou propondo, atravesso a rua e crio outro Grupo Escoteiro (no caso em questão: outra Associação).
Seguramente, esta não é a solução para que o Movimento Escoteiro (no Brasil, em especial) possa chegar a mais lares, a mais jovens e que possa tornar-se uma ferramenta (verdadeira) de modificação social e cultural.
Sempre Alerta para Servir!
Sequeira. Na verdade, a UEB goza do status de membro fundador da OMMS desde 1922, resultado dessa conferência que você se refere. Infelizmente não temos documentos que comprovem esses dados no site institucional, mas podem ser pedidos a Simas Horns, responsável pela memorabilia da associação. A informação também consta no informativo “Sempre Alerta”, nr 167, de 2007.
A WOSM, por ser uma organização levantada ainda sob a égide de Baden-Powell, pois se usa, muito mais no Brasil, o fato como um artifício emocional para se referir a “único reconhecimento” – mas como você deve saber, legalmente não há órgão fiscalizador algum, ao menos no Brasil. Os decretos que garantiam a prática do escotismo pela UEB foram revogados com o disposto no CC de 2002 e a CF de 1988. Assim como o decreto de 1956, que garantia a exclusividade da prática do escotismo feminino à FBB, também o foi.
Se caso fosse uma questão de tempo de serviço, a OWS (http://www.boy-scout.net/pt/) data antes mesmo da WOSM e, claro, antes da WFIS.
Se ainda fosse um caso de reconhecimento, a “Baden-Powell Scouts’ Association UK” (https://www.traditionalscouting.co.uk/), filiada a WFIS, possui o aval da própria Olave Saint Clair.
A WOSM, é verdade, não reconhece inúmeras associações na maior parte dos países. Mas não é tola a ponto de não reconhecer a fraternidade entre elas. Até porque, se não a reconhecesse, acabaria expondo muito mais sua imagem institucional, sua imagem como “disseminadora de paz”, do que com processos judiciais. O caso do Brasil é peculiar, já que nem a fraternidade se reconhece e, ainda, são intermináveis os processos nos TJs.
Creio que seria uma conclusão precipitada a de afirmar “que outras associações foram fundadas por pessoas que perderam numa assembleia ou porque não concordaram com uma cor de roupa”. No caso do Brasil, tudo começou com um embate pessoal dentro da região de São Paulo, sendo que os que se desligaram da UEB foram crucificados e os que permaneceram, com igual ônus de culpa pelos erros, estão sendo beatificados, homenageados etc. Ainda há que lembrar que, depois de 5 anos, alguns grupos sem vínculo associativo foram criados sem que soubesse da existência da UEB ou outras siglas; sabendo disso, há de se ter cautela quando nos referimos a eles como “piratas” ou “clandestinos”, como o fez a nota que estampa o site da associação.
Eu lhe convido, Sequeira, a estudar os processos judiciais que correm pelo Brasil. Neles, a UEB pede o montante que deixou de arrecadar com membros que deixaram de se filiar a ela, e os royalties sobre a palavra “escoteiro” (daí o texto sobre a origem e uso dessa palavra) E, como prova, ainda alega “quebra de lucro”, sendo uma associação sem fins lucrativos. Como vemos, não há muito de “educação para os jovens” ou “proteger a imagem do escotismo” no fato. Um abraço.
Farinon. O sr. está correto. A Associação dos Escoteiro Católicos do Brasil foi a primeira associação a receber o reconhecimento da OMME. Esse status teria sido transferido ao que hoje conhecemos como “Escoteiros do Brasil” na ocasião da unificação.
Tenho entendido que o sr. é um dos autores da “Série Ar Livre”. É correto?
Márcio,
Desculpe-me, mas a tua afirmação s seguir transcrita não procede.
Se a OMME foi fundada pelos primeiros países que criaram o Escotismo, se ela foi a primeira organização em nível mundial, até prova em contrário, parece-me que ela representa o Escotismo no mundo.
Não procede porque em 1922 o escotismo já existia a 15 anos e não era propriedade de ninguém. Assim, não é porque foi fundada uma instituição mundial é que ela passou a ser dona ou representante do escotismo.
De igual forma, se como você afirma, a World Federation of Independent Scouts – WFIS que foi criada em 1996 intitulam -se os únicos representantes do Movimento Escoteiro, também não procede.
Se esta afirmação deles decretaria que o Escotismo não existiam até 1996 (neste caso), a afirmação da OMME de que representa o Escotismo representaria que ele também não existia antes de 1922.
Acho que estamos discutindo, neste particular, quem veio primeiro, a galinha ou ovo.
O essencial em todo este tema e manifestações é deixar bem claro que BP nunca delegou à OMME, ou a qualquer outra instituição a representação do Movimento que criou. Erra quem afirmar em contrário.
O Escotismo, e a idéia que ele materializa, são muito maiores que qualquer instituição ou pessoa. Pessoalmente entendo que qualquer um pode e deve “praticar Escotismo”, até porque seu objetivo final é modelar caráter, portanto, ele é mais um estilo de vida que deve ser praticado sempre, diariamente, 24h por dia, do que o que ocorre em algumas horas por semana com um uniforme e engajado a alguma associação.
O Escotismo floresceu e se desenvolveu sem a existência de qualquer associação mundial. As associações só tem razão de ser se entendidas como meios facilitadores para maximizar os esforços para que nossos jovens sejam, no futuro, pessoas de caráter.
Não vejo qualquer razão para uma organização querer desfazer a outra. A filosofia de vida que emerge dos ensinamentos de nosso fundador é de convívio sem qualquer discriminação ou exclusão, portanto, qualquer associação que queira se dizer dona do que é indisponível, ignorar ou atacar outras organizações com o mesmo fim, esta na contramão do que é Escotismo.
Vamos ser francos. Se a UEB deixasse de existir hoje, se as demais associações escoteiras que existem no Brasil deixassem de existir hoje, vocês acham que faria muita diferença. O Escotismo no Brasil, não existe pelas organizações, regionais e nacionais, mas pelas unidades locais.
Assim, se todos dessem as mãos, conscientes de que nenhum de nós é perfeito, que todos nós somos competentes em algumas coisas e incompetentes em outros, e que há espaço para todos sem a necessidade de eliminar o outro, então passaríamos a viver escoteiramente.
Uma sociedade, uma comunidade e o próprio convívio humano só é possível se existirem regras que seja cumpridas por todos e exigidas que sejam cumpridas por todos e sempre. A questão não é a quantidade de regras. A questão é que as regras que existam sejam somente as necessárias e todos tenham como princípio e prioridade seu cumprimento. Neste momento, então, as coisas passarão a evoluir porque todos saberão o que pode e o que não pode, assim como o que podem é o que todos podem, sem discriminação ou diferenciação.
Enquanto presidente do comitê interamericano do escotismo nos anos de 1998 a 2002, frequentava, semestralmente as reuniões do comitê mundial em Genebra. ( e sempre com meus recursos financeiros). Portanto, por testemunho e experiência própria posso afirmar-lhes que, assim como outras tantas experiências que tive, foi frustante. Em nenhuma reunião que participei teve na agenda qualquer avaliação de regiões (das mundiais), de associações, qualquer troca ou consolidação de experiências para ser redistribuída às demais, ou qualquer ação concreta para preservação e desenvolvimento do Escotismo em sua essência.
Todas as pautas eram tomadas por questões financeiras, arrecadação, regularização de associações que não estavam pagando, relação com as bandeirantes (guias) e associações mistas, politicagem e disputa de poder e beleza. Uma decepção total, tanto que não me interessei a sequer disputar uma vaga no comitê mundial ao final de meu mandato como presidente do comitê interamericano.
Digo isso porque, se a OMME deixar de existir, e creio que as demais organizações mundiais também, não perdemos nada. Portanto, não vale sequer a pena querer debater quem é ou deixa de ser dono ou representante do escotismo no mundo.
O escotismo é ente próprio que se materializa e tem razão de ser nos grupos, o resto são estruturas que foram inventadas para ajudar, e se não ajudam, deveriam tratar de ajudar e deixar de atrapalhar e manter esta constante politicagem e disputa de poder.
Farinon
Uniforme, patrulha, método, distintivos, cursos, e tudo o mais são meios, e as associações são ou deveriam ser, em tese, para maximizar os e
Fernando, saudações.
Você tem razão quando fala nos interesses financeiros. Infelizmente tudo gira em torno de recursos financeiros.
E pior, se ainda fosse para aplicar no desenvolvimento do Escotismo, ainda poderia ter uma explicação para se pegar.
Na prática os recursos pelos quais tanto brigam é para gastos de dirigentes e amigos, voluntários e empregados, sem retorno para a instituição.
A questão é tão vergonhosa que em 2012 as contas da UEB/RS não foram aprovadas na assembléia de março ficando para serem corridos erros detectados e voltarem a serem apreciadas.
Tentei de todas as formas acessar a documentação em questão e nada. às vésperas da nova assembléia marcaram algumas horas, em horário comercial, em dias da semana, em semanas diferentes análise dos documentos.
Fui acompanhado de um contador no assunto e não deixaram ele entrar comigo. Tentei tirar cópia de documentos visivelmente irregulares, não deixaram. Apontei irregularidades absurdas no trato dos recursos da instituição e ninguém se importou. Solicitei apoio da direção nacional, e ela se omitiu. Pedi para ver o diário, base numa prestação de contas, não permitiram. Não vou voltar a relatar as irregularidades porque são muitas e na época as divulguei e ninguém teve coragem de tentar esclarece-las. Ao final, pasme, nada foi esclarecido e as contas foram aprovadas pela maioria. Até hoje não tive qualquer contato da direção nacional, ou seja, como disse ontem, ela é fraca e omissa, finge que manda mas todos fazem o que querem.
Como imaginar que temos uma instituição séria, e que possa gerar credibilidade da sociedade.
Dentre as constatações que fiz nos poucos documentos que me foi possível acessar, foi a prática de gasto dos recursos da instituição com viagens, estadias e alimentação de membros da diretoria e “protegidos” que garantem os votos para aprovar o que for conveniente nas assembleias. Até nota de massagista encontrei na documentação, sem falar em pedaços de papel sem qualquer valor legal para justificar despesas.
Se a direção nacional da instituição não faz nada a respeito, o que fazer ?
De outra parte, participei da criação, edição e publicação das séries Ar Livre, Ser Escoteiro É, Livros da Jângal, e outros tantos, foram mais de 50 tipos diferentes, além de posters, cartazes e postais,
Na época, por exemplo, como presidente da região, nunca permite que ninguém, nem mesmo eu, utilizasse qualquer recurso da instituição para despesas pessoais, mesmo que em representação da instituição, porque entendo que quem não tem recursos pessoais para fazer o que cabe ao cargo que se candidatar, não deveria se candidatar.
Existe um velho ditado que diz que ninguém dá o que não tem, Portanto, se não tem é por opção ou por falta de competência para conseguir, assim, portanto, não deve ter nada que a instituição possa aproveitar.
Farinon
Farinon. Grato pelo relato e por sua contribuição à causa escoteira. Ao Sequeira, grato por colocar o assunto em pauta e pelo espaço para o diálogo. Um abraço.
Boa tarde e Sempre Alerta a todos!! Primeiramente, o assunto desse post é extremamente interessante, e por isso eu gostaria de expor um pouco do meu ponto de vista sobre o assunto:
Baseando-se na história e no decorrer do tempo, concluí que a maioria dessas associações escoteiras que não fazem parte da WOSM e tal começaram a surgir a partir de quando houveram as mudanças de metodologia no movimento. Agora, concentrando-se somente no Brasil, se a UEB se incomoda com a existência de tais associações/entidades, será que não é melhor ela absorver essas entidades e deixar disponíveis duas vertentes (uma do programa de jovens e outra do programa original) para os grupos seguirem conforme suas necessidades?
Outra coisa, respeito opiniões diferentes da minha, mas eu não vejo mal algum em exisitir mais de uma entidade escoteira, já que existem escolas que possuem diversos métodos educacionais (tradicional, regular, especial, pedagogia waldorf, etc…).
Para o momento é isso. S.A.P.S.M.P e até a próxima!
Guilherme,
Opinar, refletir e debater os temas aqui propostos são a fonte deste blog.
Não pretendemos convencer ninguém e, menos ainda, que alguém nos convença.
Queremos opiniões como a tua e de tantos outros Escotistas e Dirigentes para que possamos, um pouco, ver com os olhos dos outros.
Obrigado pela tua contribuição.
Sempre Alerta para Servir!
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