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ética, B-P, Baden-Powell, experts, fundador, Movimento Escoteiro, Paulo Freire, qualidade, recrutamento
Muitas vezes presenciamos ou ouvimos falar de problemas ocorridos com ou entre Escotistas; de impropriedades que alguns acabam cometendo com os jovens; irresponsabilidades ou falta de conhecimento.
Sabemos que questões como estas são frequentes no Movimento Escoteiro. E parece-me que os problemas iniciam durante o processo de seleção (ou na falta dele).
Quando procuramos alguém (e muitas vezes isso ocorre desesperadamente…) acabamos omitindo a descrição correta e detalhada das características e demandas exigidas para ser um Chefe Escoteiro. Temos que ser claros desde a primeira conversa sobre o comprometimento, sobre as expectativas e, mais do que outra coisa, sobre o posicionamento esperado do Escotista.
Paulo Freire disse que a capacitação técnica ou instrumental jamais pode prescindir da formação ética. Esta frase encaixa-se perfeitamente para a educação Escoteira.
Quantas vezes esquecemos de que esta deve ser a maior das qualidades do Escotista? Que ele saiba acampar, fazer escalada, seja bom navegador ou o mais hábil dos rastreadores são apenas complemento ao homem ou mulher íntegros, verdadeiros exemplo de conduta e de vida para as nossas crianças ou jovens.
“Não existe ensino que se compare ao exemplo”, nos disse nosso querido Fundador Baden-Powell.
Não somos obrigados a ser experts em entrevistas ou no recrutamento de pessoas. Porém, não podemos fugir desta tarefa, quando recebemos alguém disposto a ser Escotista ou Dirigente.
O Movimento Escoteiro crescerá, com ainda mais qualidade, quando passar a dedicar mais tempo na identificação e atração de “talentos” para nossa organização.
Não falo de pessoas com vocação pare serem Escoteiras, mas aqueles que tem capacidade, competência e mérito para assumir tamanha responsabilidade, delimitando suas ações pelos valores que tanto pregamos e pautando sua vida pela ética.
Somos bons e, por isso, temos condição de buscar as melhores “contratações” para auxiliar na formação das nossas crianças e jovens.
Você já pensou nisto? Já refletiu sobre a sua condição e a dos demais Escotistas no seu Grupo?
Marcos disse:
Ótimas palavras, como sempre, Ch. Marcio!
Siágrio Felipe Pinheiro disse:
Técnicas podem ser aprendidas, mas caráter, moral, entusiamo, … tem de vir com o candidato !
Luciano Botelho disse:
Eu sabia que tu não irias me desapontar, amigo! O que esperamos de um novo Papa? Que ataque os tabus da Igreja, como a pedofilia. E o que esperamos do dirigente do Movimento Escoteiro Gaúcho? Que reconheça nossas próprias falhas e auxilie na tarefa de seguirmos o mesmo Norte. Penso que colocaste a problemática do recrutamento de adultos de forma correta. Os problemas existem pela escassez de recursos humanos voluntários, o que de certa forma facilita a entrada de pessoas sem a estrutura ética\ necessária para o bom desempenho da função. E o que fazer? Na ânsia de crescer a todo custo, abrimos o flanco para tal situação. Devemos agir com serenidade, bom senso e perspicácia na seleção de voluntários, para o bem do próprio movimento. Não é fácil, mas tortuoso é o caminho do dever. SAPS.
Márcio Sequeira disse:
Luciano,
Se, enquanto estivermos na Diretoria do Escoteiros do RS, conseguirmos criar ferramentas e workshops que auxiliem os Grupos Escoteiros no processo de seleção, teremos feito um bom trabalho.
Mas, o que parece mais importante é a modificação do raciocínio comum.
Não somos obrigados a aceitar “qualquer um” (não quero parecer preconceituoso ou excludente, quando digo qualquer um) porque não temos adultos suficiente no Grupo.
Nossa obrigação, como educadores RESPONSÁVEIS, é propiciar o melhor para nossas crianças e jovens. E isto exige mais trabalho e mais atenção na seleção dos Escotistas.
Sob o ponto de vista de um pai, eu perguntaria: Este adulto poderia ser chefe dos meus filhos, sob o ponto de vista ético e dos valores que pretendo que eles tenham quando adultos? Se a resposta for sim, faça de tudo para que o voluntário sinta-se bem e inicie o processo de qualificação como Escotista. A resposta negativa deve ser entendida claramente e devemos ser francos com o voluntário, pois, muitas vezes a pessoa não tem o perfil mas querem fazer parte do Movimento Escoteiro a qualquer custo. E não é disso que o Movimento Escoteiro precisa!
Caro amigo Luciano, teu comentário reforça o que tenho dito, sempre, que melhores do que os posts do blog são as ideais que trocamos, as experiências e reflexões que vêm dos comentários.
Forte aperto de mão esquerda!
Claudio disse:
Não é difícil recrutar as pessoas adequadas para o ME. Basta querer.
Precisamos de ideias inteligentes para captar recursos adultos. Nisto é que a UEB tem que se aprimorar.
Porque não, envolver no ME aquelas pessoas que estão preparadas para a educação formal? As universidades preparam todos os anos centenas de profissionais da educação. Porque a UEB não se aproxima das universidades, com palestras, mostrando para estas pessoas os princípios e métodos utilizados pelo escotismo. Como funciona esta educação informal através de atividades práticas fora das paredes de uma escola e junto da natureza e da comunidade. A educação escoteira seria uma forma de estágio para estes educadores e um complemento ao método de educação formal aprendido na universidade.
Muitas vezes familiares de membros do grupo estão aposentados e buscam uma atividade para ocupar o seu tempo ou contribuir com a comunidade.
O que sinto é que o escotismo brasileiro continua afastado da comunidade. Continua com o freio de mão puchado, não evolui. A maioria das pessoas não sabem o que se faz dentro do ME, muitas vezes tem ideias erradas e o escoteiro vira motivo de deboche. A UEB tem muita gente gastando tempo e dinheiro para mudar a embalagem do escoteiro enquanto tem coisas mais importantes que estão deficientes.
Sempre Alerta.
Claudio