Tags
barreiras, blog, CMDCA, comunidade, CONJUVE, Escotismo, formador de opinião, futuros, Hamlet, imortal, líderes, Mundo melhor, Scouts, ser escoteiro, ser escuteiro, ser ou não ser?, Shakespeare, sociedade, To be or not to be, valores
Esta é uma das pergunta mais conhecidas e mais velha do mundo. Nem por isso, deixa de ser muito atual.
Sai ano e entra ano, ela acaba nos perseguindo de alguma maneira. Digo mais, nem os séculos poderiam calar tal inquietação. E as respostas? Podem variar tanto quanto consigamos imaginar.
Pergunta do tipo provocativa, na qual o imortal e fabuloso Shakespeare nos faz, ao mesmo tempo, pensar e questionar, refletir e imaginar hipóteses. Pergunta que encaixa-se no nosso cotidiano, para inúmeras coisas.
Assim, também, para o Movimento Escoteiro, pois, ao longo deste primeiro século Escoteiro, acredito que seja impossível calcular a quantidade de crianças e jovens se questionaram: ser ou não ser Escoteiro?
Pouco antes de ingressar no Escotismo, em 1987, esta foi a pergunta que fiz e refiz inúmeras vezes. Vários amigos, que moravam no mesmo condomínio que eu, haviam tornado-se escoteiros. Em contrapartida, meus colegas de escola, sequer sabiam que o Movimento Escoteiro existia. Ou seja, nos dois “mundos” ao qual pertencia, os sentimentos eram totalmente diferentes.
Como um adolescente, de apenas 13 anos, não fazia a menor idéia do que o Movimento poderia oferecer-me. Mas, acabei decidindo procurar o Grupo Escoteiro do qual meus vizinhos faziam parte. E olha que era longe o bastante para que meus pais me questionassem se, realmente, valia a pena.
Faltava informação, tanto aos meus pais, quanto para mim mesmo. E como decidir-se sobre ser ou não escoteiro sem ter muita noção do que isso significa? Como muitos garotos, resolvi arriscar.
Ainda hoje sinto que a falta de informação sobre o Movimento Escoteiro é uma das grandes barreiras, não apenas para futuros interessados, mas para as comunidades nas quais os Grupos estão inseridos e para a sociedade em geral.
De certa forma, continuamos escondidos, aparecendo, como que por mágica, nos sábados à tarde e voltando a desaparecer logo em seguida. Sei que muitos dirão que esta conduta já está bastante modificada, que temos procurado nos inserir nos Conselhos Municipais da Criança e Adolescente, nos Conselhos da Juventude e outros do gênero, que temos muitos políticos trabalhando na Frente Parlamentar Escoteira.
Porém, acredito que ainda temos um longo caminho a percorrer para que consigamos mostrar o valor do Movimento Escoteiro para a formação do cidadão. O quanto somos responsáveis pelo fortalecimento dos valores individuais e comunitários. Que somos um movimento em movimento, que dedica-se a deixar o mundo um pouco melhor, adequando-se às novas realidades e necessidades.
Temos nossos defeitos, sem dúvida. Porém, não devemos escondê-los, como se fossem chagas e sim buscar a melhor forma para solucionarmos. Temos que, constantemente, aprender com nosso erros, para que isso sirva, também, de modelo e inspiração aos mais jovens, àqueles que estão preparando-se para serem os líderes (dentro e fora do Escotismo) do futuro.
Sinceramente, acho que nossa meta, institucional, dever incluir uma maior projeção na mídia: leia-se mídia, comunidade, sociedade e autoridades governantes. Mas, ao meu sentir, essa mudança deve começar conosco, como cada uma das crianças e jovens que participam dos Grupos Escoteiros. Devemos conseguir, de forma clara, que cada um deles possa e saiba dizer, em poucas palavras, o que somos e o que fazemos.
Desafio: Você saberia dizer isso, agora, de forma clara e sintética?
Se a resposta for não, muito ainda temos por fazer. Se ela for sim, temos em ti um grande multiplicador e formador de opinião, com um grande poder de impacto sobre os demais.
Parece-me que todos estes caminhos levam, com o passar do tempo, para que consigamos atingir um número maior de crianças e jovens e que, num dado momento, eles farão esta mesma pergunta: ser ou não ser Escoteiro? E, se estamos na trilha certa, as respostas serão, convictas e uníssonas: sim.
Pense nisso e divida conosco sua opinião.